Entrevista com a autora Francélia Pereira

Olá pessoal! Tudo bem? então, hoje trago uma entrevista com a fofa da Francélia Pereira autora de Habitantes do Cosmo.Obrigada Fran. Espero que gostem.

Blog: Olá Fran! Tudo bem? Então, você trabalha muito com mitologias de vários tipos, o que fez você gosta de mitologias?

Autora: Sem dúvida, a cultura pop. Cresci assistindo a filmes que utilizavam mitologias diversas, como “Fúria de Titãs”, “Alibabá e os 40 ladrões”, “Hércules”, entre outros. Também as diversas animações, dentre as quais posso citar “Cavaleiros do Zodíaco” e as produções da Disney. Geralmente são obras que apresentavam as mitologias das culturas européias e orientais, que são fascinantes.
Na Literatura, comecei com o clássico “Odisséia”, de Homero, e não parei mais. Mas foi quando conheci a obra de Joseph Campbell que, realmente, me apaixonei por Mitologia e, entre uma referência e outra, acabei descobrindo a riqueza das Culturas Ancestrais das Américas ― descoberta que está só no início. Quem lê a obra de Campbell, um dia acaba percebendo que Mitologia não é sinônimo de “ficção”; Mitologia tem um significado muito profundo e é a base de todo o conhecimento humano, em todas as áreas.


Blog: Quanto tempo de estudo você gastou antes de produzir as obras? E o que te levou a criá-las?

Autora: Foram mais de 10 anos de estudos e pesquisas ― que nunca param. O que me levou a começar a escrever, foi a vontade de ver nas nossas produções artísticas a nossa essência ― não que eu tenha a pretensão de afirmar que em minhas obras consegui alcançar esse objetivo, mas comecei a escrever para tentar contribuir, do jeito que eu posso, para que um dia isso seja uma realidade.
Como citei, cresci consumindo produções estrangeiras; não que isso seja ruim, mas sempre senti falta de ver nas produções pop a nossa cultura ― nossa verdadeira Cultura e não o carnaval da Globo e essas coisas que dizem ser a cultura brasileira.
Sobre a forma como escrevo e sobre o conteúdo da série Habitantes do Cosmos, isso é resultado das conclusões às quais cheguei ao terminar minha monografia sobre Linguagem na Era Digital, pro curso de Letras. Meus textos ainda precisam ser lapidados, mas, de forma geral, minha forma de escrever é a que apresento ao leitor, uma forma simples, objetiva e que pretende compartilhar as coisas que vou aprendendo pela vida; acho que é uma forma de agradecer a tantas pessoas que também dedicaram seu tempo em registrar seu conhecimento e suas experiências em texto, gerando obras que foram minhas maiores companheiras em momentos difíceis na vida, afinal, escrever é se expor, é estar disposto a ser alvo de críticas e observações, constantemente; por isso muita gente ainda teme publicar seus textos e há quem nem tenha coragem de escrever; mas sou eternamente grata aos corajosos e espero que meus textos, mesmo sendo tão simples, possam ajudar de alguma forma também.

Blog: Seus personagens são bem trabalhados. Você se inspirou em algo ou alguém pra cria-los?

Autora: Sim. A maioria deles tiveram pessoas reais como inspiração, e isso parece, às vezes, causar, estranheza a alguns leitores.
Uma leitora me questionou sobre um personagem que “aparece do nada e some”; mas isso acontece na vida de todos nós, sempre há pessoas que passam muito rápido por nossas vidas, e parecem estar fora de contexto ou não ter nada a ver com a nossa história, mas essas pessoas às vezes são dignas de ficar em nossa memória, pois nos deixam algum tipo de lição, então não vi problema em registrar algo desse tipo na minha ficção.

Blog: Uma personagem que possui uma personalidade muito forte e ao mesmo tempo misteriosa é Artemísia. Como foi trabalhar na criação dela?

Autora: Bem, para construir a personagem Artemísia, me inspirei na História da mulher, assim, Artemísia representa todas nós, em várias fases do desenvolvimento das sociedades, mas, principalmente, ela representa a mulher do nosso tempo.
Artemísia nasceu em uma sociedade patriarcal, mas, por não aceitar as condições desse tipo de organização social, foi “expulsa” e teve que se virar sozinha no mundo. Como ainda não tinha conhecimento e maturidade suficiente para lidar com a rejeição, ela acaba se tornando uma guerreira mercenária, (marrentinha); mas um dia algo toca seu coração e ela percebe que brigar com o mundo o tempo todo não preenchia um vazio que ela trazia no peito, vazio que só o Conhecimento poderia preencher.
  A fase mais revoltada da Artemísia foi inspirada no feminismo, primeiro passo para toda mulher que quer se libertar da opressão de uma sociedade machista. Mas com o tempo ela vai amadurecendo e percebe que esse não é o caminho certo, pois há muito mais por trás do machismo que a imposição do “poder” dos homens, nesse ponto, os machos deixam de ser antagonistas, e a ignorância passa a ser o mal a ser combatido.
Escolhi o nome “Artemísia”, pois a Artemísia histórica representa muito bem a mulher que luta para resgatar sua dignidade, roubada desde o nascimento.

Blog: O quanto de você há em seus personagens? E com qual mais se identifica?

Autora: Acredito que há muito de mim em todos os personagens. Acho que escrever é mais ou menos como atuar... a gente se entrega à proposta de “ser” alguém diferente, mas mantendo a nossa essência, dessa forma, estou em todos os personagens que crio.
O personagem com o qual mais me identifico... hum.... acho que é a Artemísia mesmo; não pela revolta, mas pela forma como ela vive, amadurecendo, seguindo sempre em frente, apesar dos obstáculos, e sempre valorizando a liberdade.

Blog: Além desses projetos que você já tem em andamento, você possui algum outro em vista?

Autora: Sim. Há um projeto muito maior, que a principio se chama “Caravelas”. É uma trilogia que irá contar a História do Brasil, começando pelo dia do descobrimento, mas através da Fantasia. Mas é um projeto para o futuro, ainda vai demorar no mínimo uns 10 anos pra ficar pronto.

Blog: Como foram criados os nomes dos personagens? São nomes relacionados à mitologia?

Autora: Todos os personagens do Clã têm nomes gregos, pois representa o patriarcado. Os personagens com nomes em Tupi Antigo, têm ancestrais no Brasil, e há outros nomes que foram inspirados em outras culturas, representando a miscigenação de todos os povos no contexto da história, ou seja, um futuro distante em que toda a humanidade teve que migrar para outras regiões em nosso Sistema Solar.

Blog: O que você tem a dizer pra quem sonha em algum dia publicar alguma obra literária.


Autora: Não sonhe; escreva e publique!

4 comentários

  1. Olá, Bells,

    Ótima entrevista! A Francélia é um amor de pessoa, sempre simpática e gentil.

    Beijo

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    Respostas
    1. Obrigada, Raquel! ♥ ... E obrigada, Brenna, amei o post!Bjão!♥♥♥

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  2. Ei, adorei a entrevista e não conhecia a autora mas agora estou louca para ler a obra dela!
    Beijocas :-*

    historiasdeumamenteinquieta.blogspot.com

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  3. Olá, não conhecia a autora, mas fiquei contente em conhece-la aqui no seu cantinho!

    Beijos,
    Joi Cardoso
    Estante Diagonal

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